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Açúcar chegou ao menor preço em reais em 20 meses, diz consultor


A forte queda dos preços internacionais do açúcar levou as cotações internas em reais ao menor nível em 20 meses. É o que afirma, em boletim semanal de mercado, o consultor Arnaldo Corrêa, da Archer Consulting. Na moeda brasileira, o fechamento da última sexta-feira (2/6) levou a uma cotação de R$ 1.027 por tonelada, a menor desde 22 de setembro de 2015.

O mercado futuro de açúcar em Nova York rompeu barreiras de preços consideradas importantes. De 30 de maio a 2 de junho, o contrato para julho deste ano caiu de US$ 0,1502 para US$ 0,1374 por libra-peso. Nas contas do consultor, a uma desvalorização de US$ 29 por tonelada de açúcar em quatro dias.

Segundo Correa, a commodity já acumula uma queda de 36% desde o dia 6 de fevereiro, quando os negócios em Nova York alcançaram a máxima do ano. Naquele dia, o primeiro contrato negociado, o de março de 2017, chegou a US$ 0,2149 por libra-peso.

Arnaldo Correa enumera três fatores que contribuíram para essa desvalorização, que chama de “vertiginosa”. Um deles foi a entrega por parte de “um grande produtor brasileiro” de 900 mil toneladas para cumprir contrato no final de fevereiro. Para ele, esse tipo de postura indica pouco interesse por parte de compradores, colocando a bolsa como alternativa de entrega.

“O segundo baque foi o câmbio que, contaminado pelo tenebroso quadro político nacional, paralisa a economia, aumenta a percepção de risco e desvaloriza as commodities, entre elas, o açúcar”, diz o consultor.

O terceiro foi a recente redução de 5,4% nos preços da gasolina, anunciada pela Petrobras. Foi o quinto corte desde quando a estatal resolveu alinhar sua política de formação de preços com o mercado internacional de petróleo. As oscilações de valor do combustível fóssil pressionam os preços do etanol. Para Correa, a leitura dos operadores, em um primeiro momento, é a de mais açúcar no mercado, pressionando também a commodity.

No entanto, o consultor considera a possibilidade de haver um movimento contrário por parte do Brasil, maior produtor e exportador global de açúcar. Segundo Correa, a situação atual pode levar a uma revisão do mix de produção nas usinas de cana-de-açúcar.

“Há fortes rumores de que grandes produtores começam a apontar seus lápis e fazer contas para reduzir o mix de açúcar”, afirma, admitindo, inclusive, rever suas projeções de oferta brasileira. Inicialmente, a Archer acreditava em 35,54 milhões de toneladas de açúcar, mas já avalia que esse volume pode ser reduzido em até 1,5 milhão de toneladas.

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