SRB manifesta posição contrária à taxa de importação de etanol em carta a Maggi

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) enviou carta ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na qual manifesta posição contrária à taxação do etanol importado, proposta por entidades do setor sucroenergético. Com o crescimento nas importações do etanol norte-americano, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) propôs à Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) a taxação de 16% do etanol como uma "tarifa ambiental" para o combustível feito de outras matérias primas que não seja de cana. Outros produtores, principalmente do Nordeste, querem uma taxa de 20% sobre o etanol.
"A Sociedade Rural Brasileira vem se posicionar contra a imposição de uma tarifa de importação sobre o etanol norte-americano. Temos por princípio defender o livre acesso a mercados de produtos do agronegócio, política essencial para garantir o acesso da produção brasileira ao mercado internacional", informa o documento assinado presidente da SRB, Marcelo Vieira. Ele é executivo da Adecoagro, conglomerado de origem norte-americana que produz açúcar e etanol no País. Na carta, a SRB lembra que o Brasil é o maior exportador líquido de alimentos para o mercado mundial e que tem livre acesso ao mercado dos Estados Unidos desde 2010, quando retiraram o imposto de importação. "Na última entressafra tivemos um volume maior de importações em virtude de desajustes momentâneos entre nossa oferta e demanda, e o que precisamos é de uma melhor regulamentação destas importações para que os importadores fiquem sujeitos aos mesmos encargos dos produtores brasileiro", informou a SRB. "Solicitamos assim que o posicionamento brasileiro pelo livre acesso a mercados de produtos agrícolas, que sempre foi apresentado em negociações internacionais, seja mantido neste caso", concluiu a entidade na carta ao ministro.