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Mercosul tende a ser o "vencedor agrícola" nas negociações da UE


Os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) tendem a ser os principais ganhadores no setor agrícola em um universo de 12 acordos comerciais com diferentes parceiros em negociação pela União Europeia, de acordo com estudo publicado em Bruxelas


Segundo o estudo, em 2025 o Mercosul poderá representar 24,5% das importações agro-alimentares da UE, seguido por EUA (8,4%), Turquia (3,1%) e Tailândia (2,3%). Os europeus alertam, porém, que um fator limitante para o aumento das exportações do bloco sul-americano é o tamanho de seus gargalos de infraestrutura.

Resolvido - ou pelo menos amenizado - esse problema, a tendência é que os países do Mercosul, com destaque para o Brasil, se consolidem como maiores fornecedores de carnes bo vina, de frango e suína para os europeus, além de açúcar e de oleaginosas, grupo que inclui a soja.

Nesse cenário, o comissário europeu de Agricultura, Phil Hogan, tratou de reafirmar que, em relação à carne bovina, os países do Mercosul precisam moderar suas demandas para que o acordo de livre comércio birregional possa de fato ser concluído.

O estudo apresentado pela Comissão Europeia tenta responder a inquietações de diferentes segmentos da agricultura com os 12 acordos recentes ou futuros negociados pela UE, com parceiros como EUA, Canadá e vários países da Ásia, além do Mercosul.

A conclusão, no geral, é que uma boa estratégia da UE para a agricultura é valorizar a carta do livre comércio com terceiros países, desde que controlando os volumes de importação de produtos considerados mais "sensíveis", casos de carnes, arroz, trigo, outros cereais, açúcar e lácteos.

A constatação é positiva quanto à evolução de importações, exportações e preços. A UE acredita que pode se beneficiar, por exemplo, de menos barreiras não tarifárias e da proteção de indicações geográficas protegidas.

De um lado, Bruxelas prevê que suas exportações de produtos lácteos e de carne suína, que enfrentaram dificuldades sérias nos últimos anos, podem ter ganhos "colossais" nos EUA, na América do Sul e no Japão - e também enxerga potencial para expandir os embarques de vinhos e outras bebidas alcoólicas.

De outro, a ideia é proteger os setores vulneráveis da agricultura europeia à concorrência externa e eventuais quedas de preços, sobretudo nos casos de carne bovina e arroz, diante do poder de força da Argentina e do Brasil.

Para a Comissão Europeia, as negociações vão passar, assim, por medidas como cotas tarifárias, que podem limitar o volume de importações liberalizadas. É o que ocorre nas negociações com o Canadá no caso de carne bovina e com o Vietnã em relação ao arroz.

Em todo caso, de acordo com o estudo mais de um terço das importações de carne bovina da UE deverão vir do Mercosul. Para carnes suína e de frango, Mercosul e Tailândia poderão ser responsáveis por 23% e 13,7% do fornecimento, respectivamente.

Já as importações europeias de açúcar são pouco afetadas por acordos comerciais - a não ser no caso do Mercosul, que poderá ampliar suas vendas da commodity para o mercado europeu.

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